quarta-feira, 2 de julho de 2008

Lembranças e poemas


Dia desses resolvi rever umas coisas que há muito estavam guardadas, empoeiradas e quase que totalmente esquecidas. Revirar coisas velhas significa sempre reviver um pouco o passado.
Pois o fato é que, nesse mexe que mexe encontrei uma folhinha de caderno deveras amarelada. No papel se podia reconhecer minha letra, um tanto quanto caprichada. Nas linhas que se corriam estava escrito um poema que, a minha pouca modéstia me permite admitir que é, no mínimo, um texto de muito bom gosto.
Voltei ao país distante e revi o momento em que o dito poema foi escrito. Em meu coração daquele momento: saudades, saudades, saudades... Apenas mais um dos muitos momentos de saudades do meu amor. Em minha lembrança sentei solitária sobre o tatami em meu quarto, coloquei o caderno sobre a mesa e comecei a escrever. O resultado, levando-se em conta que a escritora da época era uma adolescente de 17 anos me deixou hoje com orgulho de mim mesma. Não havia mostrado para ninguém até então, nem mesmo para a inspiração de tais palavras. Tudo decorrente de uma vergonha que tenho de mostrar aquilo que escrevo. Vergonha essa que me acompanha há tempos, e que continuou me acompanhando mesmo depois de um texto meu ter me levado ao referido país.
Vou registrar aqui esse poema, escrito por uma Érica diferente, adolescente apaixonada de 17 anos, longe de tudo e de todos... E lá se vão uns nove anos...

AMOR SEM FIM

Nem tudo é luz...
Nem tudo é real,
Tudo se esconde sob a máscara do pensamento.
Busco consolo nas palavras
Que tantas vezes me deixaram desconsolada
E tudo me falta.
Passeio pelo vazio do pensamento...
Já não sei mais quem sou!


A solidão me tortura
E a tristeza me corteja
Em sua expressão desprezível de desdém.
Já me faltam as palavras.
A felicidade se foi...
O dom se foi...
O sorriso se foi
Com a inspiração da vida que demandava:
Luz!

Sem você
Sou poeta sem palavras
Sou jardim sem flor,
Noite sem estrelas
Sou céu sem condor.

Fecho os olhos...
Nem tudo são trevas!
O silêncio interminável das horas tristes
Presenteia-me com uma lembrança...
A esperança ficou.
Navego pelos olhos brilhantes da perfeição
E sua beleza me consola em meio às trevas da exatidão.
E Assim como fazem os pensadores
Que persistem no intento de aspirar às doçuras da doce filosofia
Persisto no intento de desfazer-me nos braços
Daquele que ensina o sol a brilhar
Pois sua luz é ainda mais intensa,
Que ensina o amor a amar
Pois sua beleza é infinda e inexplicável.
É o que faz o oceano tornar-se ainda mais infinito
E minha alma transbordar em sua própria satisfação de viver.

Já não tento decifrar tantos mistérios
Deixo de tentar explicar o ar que respiramos
Para enfim respira-lo.
Não mais tento decifrar o amor
Para permitir que ele enfim me explique.
Quero assim encontrar a primavera dos meus dias
Na paz de seu olhar.
E é assim, como a primeira flor
Que se abre na esperança de contemplar o dia
Que se abrem meus olhos e mostra-se meu sorriso
Na infinita espera de um beijo
Do amor que não está perdido...
Apenas desencontrado.

PS: Como é bom te ter ao meu lado sempre, sentir seu beijo e seu carinho aqui bem pertinho.
Te amo infinitamente.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Receita de felicidade


Segundos de silêncio, beijos apaixonados, beijinhos estalados, abraços ao pé da porta, abraços ao pé da cama, "tia, você tá bonita", voz serena, "você está linda", gargalhadas, nós dois, lágrimas de emoção, você, lambidas felinas, lua cheia, sorriso sincero, travesseiro, biografia, rosas vermelhas, tulipas, beijinhos na barriga, nós, barriga crescendo, nós três, banho quentinho, mais silêncio, planejar viagem, arco-íris, presente, recadinhos no celular, massa com muito molho, "oi" da Camila, colinho no sofá, segurança, confiança, "Te amo", amar, verdade, "bom descanso", descansar, cantar, Elis cantando, elogios e incentivos, acordar tarde, não ter nada pra fazer, jogar conversa fora, escrever, pôr-do-sol, subir no palco, aplausos, nós todos, leitura, bons textos, pudim, simplicidade, Deus, festa, alegria, certeza, paz...